terça-feira, 25 de janeiro de 2011

[resenha] A solidão dos números primos

Enfim chegou o dia de escrever sobre um dos melhores livros que eu já li: A solidão dos números primos, de Paolo Giordano. 

"Os números primos são divisíveis apenas por um e por si mesmo. Estão em seus lugares na infinita série dos números naturais, comprimidos entre dois., como todos, mas, um passo adiante em relação aos outros. São números suspeitos e solitários... e, por isso, Mattia os achava maravilhosos."p.125
Sinopse do livro: Mattia tem uma inteligência rar que se opõe à da irmã gêmea Michela, doente mental de quem se envergonha. Um dia, indo ao aniversário de um amigo, deixa a irmã numa praça de onde ela desaparece, fato que marca para sempre a vida dele.
Alice é uma menina oprimida que tem distúrbios alimentares e frequenta aulas de esqui, obrigada pelo pai. Durante um treino, sofre um acidente que lhe causa uma deficiência permanente na perna.
Esses são os episódios que servem como marcos para as vidas de Mattia e Alice e sua integração a um mundo pretensamente perfeito. O livro acompanha a infância, adolescência e juventude dos protagonistas - seus conflitos, dificuldades, encontros e desencontros. 
"Atravessaram aquele período em apnéia, ele recusando o mundo, ela sentindo-se recusada pelo mundo, e percebram que não fazia grande diferença." p.113
Sinopse da Editora Rocco:
Em sua estreia literária, com apenas 25 anos, o escritor italiano Paolo Giordano conseguiu alcançar um equilíbrio raro a experientes autores: aclamado pela crítica europeia, foi recebido de braços abertos também pelo público. O romance A solidão dos números primos recebeu o prêmio Stregga e a menção honrosa do Campiello, os dois prêmios mais importantes da Itália, onde já foi lido por mais de um milhão e 300 mil pessoas – marca que o elevou ao topo da lista dos mais vendidos. Traduzida em mais de 20 países, a obra chega às livrarias brasileiras pela Rocco.
O romance é uma pequena coleção das dores de uma juventude a qual Giordano conhece bem. Ao se concentrar na história de Alice e Mattia, os dois protagonistas, o autor faz também um relato da pequena burguesia italiana em capítulos que vão de 1983 a 2007, período em que evolui cronologicamente a narrativa. Dois acidentes dão a partida à cadência da trama: Alice é uma menina que fora forçada pelo pai a ser uma brilhante atleta. Em um dia de treino, sofre uma queda que a deixará marcada para sempre. Mattia é um pequeno gênio da matemática. A caminho de uma festinha de aniversário, deixa a irmã gêmea, da qual se envergonha, sozinha num banco de praça e nunca mais a vê.
Marcados por suas histórias e um sentimento permanente de inadequação, Alice e Mattia se conhecem na escola e, desde então, ficam cada dia mais unidos. A fixação por belas imagens faz com que Alice torne-se fotógrafa. Mattia tem uma maneira particular de ver o mundo, sempre por teoremas matemáticos – e não por acaso torna-se um brilhante cientista. E é assim, através do olhar aguçado de Alice e das hipóteses lógicas de Mattia, que Giordano conduz a narrativa densa e sensível de seu premiado romance de estreia.
Segundo o autor, os protagonistas “são típicos representantes de uma burguesia abastada, que dá conforto aos filhos, mas os deixa sozinhos”. É de maneira cortante que Giordano dá conta desta solidão – como ao descrever o pai que não se dá ao trabalho de tirar o cinto de segurança para dar um beijo no filho, ao deixá-lo na escola. Ou a família que não percebe a anorexia da filha, disfarçada por uma barreira de copos diante de um prato de refeição intocado.
O romance está em fase de adaptação para o cinema, e deve chegar às telas em 2010, em uma coprodução de Mario Gianani e da produtora Les Films des Tournelles, com o apoio da Film Commission Torino Piemonte. O longa-metragem será dirigido por Saverio Costanzo, que adaptou o roteiro com Paolo Giordano. A atriz Alba Rohrwacher foi escalada para viver Alice adulta e o ator Riccardo Scarmarcio, Mattia.
Minha opinião: O início do livro é desconcertante, mostrando os segredos dos personagens principais que ao longo do livro vão da infância à vida adulta tendo suas particularidades transformadas em seus piores pesadelos. 

Gostei da maneira como a trama se desenvolve, mostrando a falta de tato do ser humano, de como as famílias podem ser um peso na vida de seus membros; de como o mundo pode ser cruel e de como nós mesmos nos punimos.

Uma história sem final feliz, sem comodidade. Crua. Única. Na minha opinião, excepcional.

No Blog Orgia Literaria tem uma resenha excelente sobre o livro; aqui temos uma matéria sobre a adaptação feita para o cinema e o trailer do filme.

Trailer oficial: O filme parece ter ficado muito bom! 

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