domingo, 16 de fevereiro de 2014

Link de texto interessante

Gostei do texto da Thais Godinho. Em anexo.



http://thaisgodinho.com/seres-humanos/eu-eu-eu/
A gente vive em um mundo muito doido mesmo. Mas não estou culpando o mundo e me abstendo da culpa – eu faço parte dele.
Ultimamente eu venho me sentindo sufocada pelo ego inflado das pessoas. Tudo, absolutamente tudo, gira em torno do “eu eu eu”. É mais importante o que EU tenho para falar. É mais importante o que EU tenho para fazer. É mais importante o que EU sinto.
Não sou perfeita. Caio nessa muitas vezes, porque a gente nasce e cresce se acostumando a ser assim.
Se alguém é promovido antes da gente no trabalho, ficamos com raiva, em vez de ficar feliz pela pessoa. Nos sentimos injustiçados, achando que merecíamos mais.
Se alguém não quer mais ficar com a gente (amigos ou namorados), ficamos tristes porque amamos aquela pessoa e a maneira como ela nos faz sentir. Temos dependência de uma fonte externa. Puxa vida. E a felicidade da pessoa, importa..? Ou estamos pensando só na nossa?
Quando eu falo alguma coisa, estou pensando em expôr a minha opinião ou em ficar quieto só um pouquinho e tentar ouvir o que o outro tem a dizer?
Por que, quando eu falo, existe essa necessidade latente de dizer o que EU acho certo, sem me colocar no lugar da outra pessoa?
Isso causa uma tensão mental terrível. Em nós e nos outros. E é simplesmente o dia todo, em todos os lugares, desse jeito.
É comum dizer por aí: “cada um que cuide da própria vida”. Eu já nem concordo tanto. Acho que está todo mundo cuidando DEMAIS da própria vida; está cuidando TANTO que está se esquecendo do outro. Está se esquecendo que o outro é um ser humano como você, que só quer ser feliz como você.
Mas não, o importante é o que eu penso. O que eu falo. O que eu faço.
Não é nem “mais amor, por favor”. É mais amor, mais compaixão, mais humildade, mais respeito, mais reflexão.
Só que isso não é tão fácil de conseguir. Né. Demanda um exercício que ninguém aprende quando nasce, que é se colocar no lugar do outro.
Pior que é de graça.
A grande questão é que depende SÓ da gente, e não dos outros. Mas, se a gente tem uma necessidade tão grande de fontes externas – para amar, para ter platéia, para mostrar isso e aquilo, ter uma decisão assim é realmente difícil, porque significa olhar para dentro de si mesmo. Não dá para enganar.
Aí a gente vai evitando e vivendo desse jeito porque é mais FÁCIL.
Pra que eu vou pensar e agir em benefício do OUTRO se posso conseguir tudo para MIM mesmo?